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Selic: entenda o que influenciou o aumento na taxa de juros

  • 18/06/2021


     

    Selic: entenda o que influenciou o aumento na taxa de juros

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, aumentou 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, o que a levou a 4,25% ao ano. O grupo já indicou que os próximos ajustes da Selic serão maiores do que o previsto inicialmente.

    Na última decisão do Banco Central, dois dados essenciais mostraram o que influenciou o aumento da taxa básica de juros.

    Primeiro, foi o Produto Interno Bruto (PIB), indicador que mede o desempenho da economia do país, que subiu 1,2% no primeiro trimestre em comparação aos três meses anteriores e superou as estimativas.

    E em segundo, a inflação oficial do Brasil, que foi a maior para maio desde 1996 e também ficou acima do esperado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou 0,83% no mês e 8,06% nos últimos 12 meses.

    Em uma economia mais aquecida, as pessoas compram mais e acabam ajudando a aumentar os preços. Esse hábito já ocorre em todo o mundo e preocupa consumidores e o mercado. 

    Por isso, para controlar a inflação, o BC eleva a taxa básica de juros. Com esse avanço na Selic, o crédito encarece. No entanto, circula menos dinheiro e os preços são contidos.

    Consultores afirmam que a subida da taxa básica de juros é um caminho em direção à normalidade. A discussão agora é até onde vai a alta, em uma hora em que as expectativas para PIB, inflação e Selic estão mudando rapidamente.

    Investimentos

    Nesse cenário, a renda fixa começa a ganhar força. A mudança não deve ser grande, já que a Selic ainda está baixa em comparação ao que já foi. Porém, a atenção agora vai para os títulos atrelados à inflação, que oferecem uma taxa combinada na hora da aplicação mais o IPCA até a data de vencimento.

    Esses papéis estão acessíveis nas corretoras como Tesouro IPCA, título do Tesouro Direto, ou CDBs indexados à inflação e outros papéis privados. O retorno passa a ser atrativo por dois motivos: o lado da taxa determinada no momento do investimento aumentou com a expectativa de alta de juros e a parte que é o IPCA também acelerou.

    A inflação corrói o poder de compra dos consumidores, mas cria boa rentabilidade para os investidores. Além de aproveitar o bom retorno, a pessoa que compra esses títulos se protege da inflação ao longo dos anos, já que sempre ganhará uma taxa extra acima dela.

    “Os títulos atrelados à inflação são a alternativa óbvia agora que a Selic ainda está em alta, vale a pena aumentar o investimento nessa classe. Você só não pode colocar todos os seus ovos nessa cesta, porque ela tem volatilidade tanto quanto as ações”, aconselha Sandra Blanco, consultora de investimentos da corretora Órama.

    Em papéis indexados ao IPCA, as pessoas só podem contar com o rendimento combinado na hora da compra se mantiverem o dinheiro aplicado até a data de vencimento. Em caso de venda antecipada, os investidores podem acabar resgatando menos recursos do que investiram, se sacarem em um momento desfavorável.

    Isso acontece porque o preço de venda do título é determinado pelo que o mercado está disposto a pagar naquela data, o que é chamado de marcação a mercado. Por esse motivo, é essencial alinhar o objetivo do investimento com o final do prazo do papel adquirido.

    No Tesouro Direto, os títulos com final do prazo em 2026, os mais curtos, oferecem mais de 3% ao ano mais IPCA. Já os papéis com fim do prazo em 2055, os mais longos, oferecem mais de 4% ao ano mais inflação.

    CDBs e outros títulos privados ofertam datas de vencimento menores e retornos mais altos, devido ao risco do banco emissor falir ser maior do que o do governo. Contudo, eles são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), espécie de seguro.

    Blanco recomenda aos conservadores ter 15% da carteira investida em papéis indexados ao IPCA e, aos arrojados, 30%. Aos conservadores, ela também sugere prazos de até cinco anos, de menor risco. Entre os assuntos que podem trazer volatilidade aos títulos, a consultora cita as eleições no ano que vem, os desajustes nas contas do governo e o encaminhamento devagar das reformas.

    “O cenário é de muitos riscos e é melhor ser mais cauteloso. No ano passado, havia esses riscos e não tinha para onde ir além da bolsa. Agora tem essa opção”, afirma.

    Fonte: Portal www.contabeis.com.br


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